sexta-feira, 18 de outubro de 2019

2019 - Dia de Aniversário.

Camarada:

Caso não saibas, no passado dia 15 de Outubro*, foi dia do meu aniversário.
(Fez 23 anos, que Eu tinha 50)

Cu Recto. E depois? Perguntas Tu.

Defacto seria mais um a somar a tantos outros, se algo de incomum não tivesse acontecido.

Já nos fartamos de rir, e não resisto em contar.


Nesse dia tão especial, madruguei, porque a minha Rosa Augusta acordou-me perto das 11 horas da manhã com o reboliço que fazia a arrumar a varanda.

Aí descobriu uns sapatos, que não víamos há bastante tempo.
“Tínhamos o dia ganho”

Como estava combinado, o almoço seria no recesso do lar, e a janta, num restaurante de referência com a nossa filha e genro.


Ao sair de casa, calcei os tais sapatos desaparecidos em combate, e os meus pés agradeceram. Sempre detestaram sapatos novos.


Bem almoçados, fomos visitar a Sofia Isabel para combinar pormenores de logo à noite.
Entretanto fomos a um café, e convenceram-nos a visitar um apartamento.


RESUMINDO

Após calçado, e depois de só ter descido as escadas do meu prédio, entrar no carro, ir ao café beber um e subir as escadas do tal apartamento, ouvi a minha filha dizer:

Ó Pai, já viste os teus sapatos?

Fiquei incrédulo com a ressonância da sala vazia e mais ainda pelo que vi.

"Descobrimos que os calcantes tinham as solas biodegradáveis"

Para meu espanto estavam-se a desfazer, e de imediato todo o mundo riu.

 Doucement “quais folhas de nenúfar” desci do tal apartamento directo ao meu carro, e sem mais delongas fizemos uma directa ao meu.


Para memória futura, tirei umas fotos que partilho.






(Só estavam na varanda, porque talvez na altura, alguém se esqueceu de os meter no lixo)

Hoje pergunto-Me: Será que aqueles sacanas sabiam que era dia do meu aniversário e queriam dizer-me algo, a respeito da idade?

(Sinceramente não gostei)

Camarada: Não te rias, o assunto é sério. Olha que temos a mesma idade.



(*) - Já lá vão 8 anos que no mesmo dia, reunimos pela última vez, com o nosso Comandante.

https://www.youtube.com/watch?v=E_zQ6nigVL0


quarta-feira, 2 de outubro de 2019

2019- O Convívio do Batalhão

Camaradas da 2504:
Conforme “anunciei” na última postagem,
Estava previsto um Convívio da rapaziada, a nível do Batalhão.

E acrescentei mais:
Se por acaso Eu não estiver presente, contar-me-ás
O que passou-se
Assim sendo:

Em 1º lugar: Quero desde já agradecer ao meu Camarada e Amigo João Merca, a insistência para me convencer a fazer parte do grupo excursionista.

Como Lhe esclareci: Na semana anterior também em Anadia, ocorria o
(33° Convívio dos Furriéis, da Companhia 2504)
E como previsto, seguia em frente rumo a Vila Nova de Famalicão,
para umas merecidas férias. Só que estas não valeram.

Talvez fruto de alguma praga rogada por alguém, cravou-se uma dor na coluna que me arrumou por dias. Graças a esta, vi-me forçado a dar um giro à Póvoa do Varzim e a Ponte de Lima. Felizmente já se foi e não deixou saudades.
É caso para dizer que se eu não tivesse coluna vertebral como alguns,
Tal não me teria acontecido.

Em 2º lugar: fico feliz por saber que este Amigo das Operações Especiais conseguiu “levar a carta a Garcia” ao incentivar/concretizar o que há muito planeava.
Realizar o Convívio dos 50 Anos, a nível do Batalhão.

Pelo que sei "com partida de Lisboa" para lá e mais ainda para cá, a viagem (no pequeno autocarro que contrataram) foi super-divertida, onde reinou a boa disposição, coisa que não me admira, dado que conheço mais ou menos bem alguns dos  passageiros.

************
Também quero agradecer ao nosso Camarada Aguiar, o empenho uma vez mais demonstrado, ao mobilizar num ápice as tropas da 2504 para esse evento através de cartas, e-mails, telefonemas e afins.
Desde logo deu-me a conhecer as presenças confirmadas, que de imediato enviei aos Camaradas Merca e Medroa. Posteriormente falamos mais vezes, na tentativa de actualizar a quantidade dos inscritos.

Eficaz como sempre, dois dias após o Convívio recebi o “feedback”

(Registo de presenças da 2504 no encontro do Batalhão)




Encontro a nível de Batalhão, aos 21.09.2019  
(CCAÇ 2504)

Realizou-se na Anadia, no Restaurante D. Sancho, um encontro dos ex-militares das companhias CCS, 2504, 2505 e 2506, pertencentes ao Batalhão 2872.
Foram enviadas cartas convites aos companheiros habituais da Companhia, por email e correio via CTT.
Dos contatados, informaram que não iriam estar presentes, por razões particulares, Aurélio Costa, Espiguinha, Figueiredo, João Campos, Lamego, Miguel Pereira, Ramalhete e Conde e Silva.
Estiveram presentes neste almoço, José Aguiar, Manuel Martins, João Ribeiro, Manuel Pastaneira, Pedro Patrício e Jorge Severino. Deste grupo estiveram também as respetivas esposas dos primeiros cinco, totalizando 11 presenças.
Cada representante da Companhia, fez no final uma breve alocução através de micro, expressando o interesse destes encontros, as recordações e agradecimentos pela iniciativa de que fizeram parte o ex. furriel João Merca e Pinto Ferreira da 2505 e da CCS respetivamente.
Por não ter havido um momento para expressar a confirmação de cada presença por assinatura, vai figurar no nosso livro Registo de presenças o presente texto.
José Aguiar.

Mas deixemo-nos de divagações…

Ora como aqui se lê, também o Amigo Aguiar "um dos nossos Condutores"
em representação da Companhia, fez uma breve alocução aos microfones.

Talvez por não estarmos habituados, dado que nos nossos Convívios tal equipamento não se usa.
”Numa de procuro e não te encontro, pelo que já vi divulgado”,
O nosso pessoal ou foi de camuflado, ou por artes mágicas ficou transparente.


Pelo que sei do que Passou-se, a certa altura a nitidez da aparelhagem sonora deixou muito a desejar.
Segundo dizem, quando tudo corria em modo UFP (União das Forças em Presença), numa de “espelho meu/espelho meu, apesar da contestação imediata” foram confrontados com a qualidade de som HiFi a baixar drasticamente, para um ruído ensurdecedor de cana rachada.

Há quem diga até que, “após estes 50 anos” lhe pareceu ouvir algo a respeito de quem foi a melhor "barra" maior Companhia do Batalhão.

Um pouco confusos com o rumo da conversa, parece que ainda ouviram bem ao longe, o extemporâneo rebentar de uma mina ou granada, lançada pelo superdotado. Acabaram por ficar com os tímpanos a arder com mais esta façanha.

(De imediato "dizem-me", alguns se lembraram do Jorge Palma, na canção: Deixa-me rir)

Ora aquí está um problema muito grave e importantíssimo, que ao longo dos anos não me deixa dormir.

Passo as noites em claro, porque ainda hoje Eu não sei quem ganhou a taça, nem tãopouco os lugares no pódio.
Se os dos lenços azulados que é o caso da 504, se os amarelo torrados da 505, se a CCS ou os treinados por forças espaciais etecetera e tais.

Ainda bem “digo Eu” que o lema do nosso Batalhão era (Conquistando os corações se vence a luta) pois se fosse Unidos Venceremos, pelos vistos no final do Convívio, estava tudo morto.

Por falar em explosivos, como aqui já contei no Blogue,
Tal como não entregávamos todos os dias as munições no armeiro para no dia seguinte as ir buscar, também Eu algumas vezes “por questões de segurança” dormi com os explosivos debaixo da minha cama. Durante um curso de Minas e Armadilhas até, ministrado no A.E.A. (Agrupamento de Engenharia de Angola) em Luanda, só não dormi em cima de minas, porque no trabalho não se dorme.

Recordo que num dos nossos Convívios quando falávamos deste tema, alguém disse com alguma graça: Furriel, excluindo os Operacionais das Companhias, existia outros que só tiveram a vida em risco, dada a grande proximidade das minas, dos diamantes na África do Sul.
Por lá muitos morreram e morrem, só no simples passar da revista.

Quanto a isto e tudo o resto, sabendo-se que “cada um mijou com a sua”,
desde há muito opto pelo:

( Leva lá a biciclete )

Prestando bem atenção do que Passou-se e ao que já foi divulgado, sobressai uma foto.
Nessa, na zona central "numa espécie de triângulo”, aparecem em destaque três Camaradas de referência.

Na base, no lado esquerdo: o então Major Cepeda (que conheci e me conheceu bem, dada a proximidade de meses a fio, da 2504 com a CCS).
(Era também um dos visitantes assíduos da nossa Rádio POP)

Aqui "o Estado Maior", assistindo a mais um espectáculo, onde o Conjunto POP da 2504 uma vez mais actuava.
Na primeira fila, o então Major Cepeda “que no momento” estava atento ao pessoal lá de trás.

Também nesta foto e entre muitos, dois Vagomestres impávidos e serenos. Os Furriéis Almeida da CCS e o Machado da 2504 “cigarrando despreocupado”, enquanto que (pelo que agora se sabe) alguém lá bem longe, lutava com denodo.
Imagino os turras fugindo a gritar: Xi Patrão, é purrada de criar bixo.

Como não queremos que lhes falte nada, deve ter sido por isso, que foi necessário “durante meses” um pelotão da Minha Companhia (2504), os terem ido ajudar.
Mas, dizia Eu. Na foto e no lado direito; o Médico Ribeiro da Cunha, que me conheceu por fora e por dentro “pois foi Ele que no Hospital do Luso me operou, colocando-me 2 parafusos no braço esquerdo” que ainda hoje não me largam a braguilha. Se mais não fosse, falamos diversas vezes nas posteriores consultas. 



É caso para dizer:
“Ao contrário de muitos, Eu até tenho, dois parafusos a mais”

E finalmente no vértice superior do triângulo imaginário,

Um Camarada de Arraiolos, o Atirador da 2504 Manuel José Pastaneira, que “talvez por descuido” lá aparece na foto, e à civil.

Pronto.
(Acabas assim Camarada, de ficar quase a par*, do que Passou-se)

Quase a par *com asterisco*, porque faltaria contar mais.
Entra outras, vou manter o stand-by, quanto ao que, incompreensivelmente e “não tendo nada a ver com o assunto”, em vez de censurar a atitude de um mentiroso parece querer implicar comigo, e defender o indefensável com unhas e dentes.
Que eu saiba, desta vez fez duas tentativas frustradas, insistindo em se meter onde não é chamado. Fico sem saber, qual é a ideia.

Porque Sei do que falo, e sem mais comentários, eis alguns slides meus, que ilustram em parte, esta postagem:

























No que a nós diz respeito: a 2504 só andou brincando, a fazer buracos na areia








As minas e consequências.







Acima à esquerda: nos primeiros dias, A minha primeira intervenção, neutralizando algumas granadas de morteiro e de bazuca.
Do meu pelotão, à direita e em destaque, O falecido 1º Cabo Mourão "no meu rebenta-minas", e que nos últimos dias da comissão, foi vítima de uma.

Resta ainda a foto abaixo, que eu desconhecia.











O Vagomestre Furriel Machado ofereceu-me esta, neste último Convívio dos Furriéis.

Trocamos impressões e não descobrimos onde foi tirada.
Alguém disse que deve ter sido tirada logo no início, dado parecer que Eu uso um camuflado quase novo. Concordo e discordo. Porque quando estávamos no Dange (como deves ter lido numa postagem anterior) ao chegar a Quibaxe, a “minha lavadeira” um dia disse-me:

(Meu furiel, tás fudido. Loubalam a loupa toda)
E por causa disso, tive de comprar alguma nova.

Repara e sugere tu, onde esta foi tirada.

Não reconheço as instalações, mas reconheço que é uma pose de dois Amigos, que têm bastante em comum.
“Ambos os dois” de pêra e bigode e de mãos nos bolsos, também pertenceram à fundação da RÁDIO POP e além da amizade que nos une, pelo que contou, tal como Eu de culinária, não pesca patavina. Safamo-nos nuns ovos estrelados e pouco mais.
Com Furriéis assim, é caso para a Companhia dizer: Pôrra, cazar o nosso.


Uma última nota: Não queria estar na pele dos Camaradas Operacionais que se deslocaram a este convívio, acompanhados das Esposas.
Imagino-os agora, a serem repreendidos por Elas, por terem acreditado ao longo dos anos, que era graças aos operacionais que o inimigo nos tinha algum respeito. Que a coisa não era pêra-doce.

A acreditar nas estórias escritas num 1º volume, e ouvindo na 1ª pessoa tais façanhas, dirão.
Pôrra, afinal És um mentiroso.
Acabo de descobrir, que qualquer um do arame-farpado fez o que fizeste, e muito mais. Para castigo: Hoje dormes no tapete.


Cá por mim, de uma coisa tenho a certeza, como já escrevi várias vezes.

Nós os da 2504, limitamo-nos a cumprir fielmente, a missão que nos foi confiada.
Todo o resto é folclore, ou conversa p’ra boi dormir.

Com um orgulho desmedido por sermos da 2504,
dou concluída esta postagem, por agora.