Efeméride
Faz no dia 30 de Novembro de 2015, exactamente 47 Anos
que cá o Eu,
estava na ESCOLA PRÁTICA DE ENGENHARIA em Tancos
recebendo das mãos do Capitão “Grilo” o DIPLOMA de Bombista e não só.
.Um curso onde aprendemos a calcular, fazer, montar, armar, e vice-versa, algumas Minas e
Armadilhas “existentes na altura”.
Uma altura totalmente
ultrapassada, comparada com a de hoje.
Sem Drones, GPSs, Satélites e quejandos, a única tecnologia de
"ponta" que era usada, era por vezes, a ponta dos bicos das nossas facas de mato ou a dos ferros afiados com
que “picávamos” a picada.
O que existia de mais sofisticado,
era um único detector de minas raramente usado.
Com um “cabo extensível” todo aberto,
afastava a bobine de detecção cerca de 1 metro dos meus pés. Por causa do "barulho" reinante, exigia distanciamento do grupo para se encontrar um quase silêncio. Após uma grande concentração na escuta e suores frios, a expectativa era "quase sempre" defraudada, pois o resultado por vezes era a descoberta de um protector das botas, uma chave e logo após a lata enferrujada das sardinhas, ou algo ainda mais estúpido.
Sem dúvida que o mais eficaz era ainda a minha Berliet "Rebenta-Minas" carregada de sacos de areia por causa dos estilhaços, os nossos olhares atentos aos pormenores da picada e "as preces" para que passássemos ao lado da dita
*.
(Quem vem atrás, que feche a porta)
desta vez Não serve de exemplo, a posição da Minha G3
Quando mostrei o Diploma ao meu Pai recordo o que disse, ao ver a minha Classificação,
que traduzido para os dias de
hoje seria mais ou menos:
Não vás ao Médico, não.
Como se vê, pela nota
final do Curso, Eu não brincava em serviço.
Com os meus 22 anos de idade, maluco “o quanto baste”, apesar dos incidentes já descritos no blogue
**, recordo mesmo assim com saudades, estes
Bons Velhos Tempos.
Sem falsa modéstia,
também recordo o que sentia quando “obrigado”, ostentava no dia-a-dia o
Crachá (ou Insígnia) que todos nós -os finalistas- ganhamos.
ARGÚCIA E AUDÁCIA
Hoje (englobada no "altar da 2504") está exposta no
BAIXATOLA's BAR
ALUGA-SE
...a Medalha.
(
*) - Infelizmente, nem todos tivemos a mesma sorte.
(
**) - Alguns contecimentos relacionados:
_Nem de propósito_
Quando esta madrugada (cerca das 4 da matina) postei a “Efeméride” respeitante às Minas e Armadilhas,
jamais sonhava que seria o tema de artigos que surgiram esta tarde, no
Jornal i e no Jornal Sol.
O primeiro, com o título: Angola é um dos 11 países que ainda têm mais de 100 quilómetros
quadrados de áreas com minas terrestres, segundo indica um relatório da
International Campaign to Ban Landmines (ICBL), esta quinta-feira divulgado.
O segundo, com o título: A Rússia tem armazenado mais de metade do total de minas terrestres
existentes no mundo, ao concentrar 26,6 milhões de artefactos explosivos
antipessoal e anticarro, indica hoje um relatório internacional.
Lê-se no final do 1º artigo a propósito das minas...
Angola
registou 11 mortos em 2014 (71 em 2013 e 34 em 2012), havendo indicação da
existência de mortos por minas na Guiné-Bissau e Moçambique, embora não sejam
quantificados.
É infelizmente esta, a triste e grave
realidade.
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manuelmarquespimenta@gmail.com