quinta-feira, 18 de junho de 2020

2020 - PORTUGAL/BRASIL - Parecem diferentes/mas são Todos iguais

CAMARADAS

Quando surgirá na nossa Assembleia, alguém "impoluto", e com tomates semelhantes aos desta deputada?


Se achas que por cá a coisa é diferente...
Senta-te, e delicia-te.
Com 99,9% de certeza
Aqui está a minha resposta à pergunta inicial.
( NUNCA )

terça-feira, 16 de junho de 2020

2020 - Mais 2 histórias do ISIDRO

Tal como nos mostra a figura
 Há vezes em que é necessário um "pequeno" incentivo, para subirmos na vida.

Ao Camarada Isidro Catarino Nunes, bastou sentir-se provocado,
para colaborar no Blogue.

Destacando-se dos demais, este Camarada do meu pelotão,
enviou mais estas 2 curiosas histórias para juntar às primeiras 3 da postagem anterior.

(Tomem-Lhe o exemplo)


O objector de "INconsciência"

Esta é uma história muito ligada à tomada de posição de um nosso Camarada.
Uma posição bastante polémica, com risco até para os próprios companheiros.
Tudo, porque um dia aderiu a uma determinada religião.

Embora alguns reconhecessem a razão nobre do “Não matarás” como dizem certos escritos bíblicos,  este Camarada por isso mesmo,
quando saía para o mato retirava a culatra à G3 para não ter hipótese de disparar sobre alguém.

Certo dia, foi posto à prova.

Todos sabem, que na nossa chegada ao Dange sofremos uma emboscada.
A reacção imediata foi toda a gente saltar das viaturas como era lógico.

Eu (Isidro Nunes) o Jorge “Condutor” e o dito Camarada,
ficamos na parte de baixo da picada onde a barreira de terra era muito mais baixa,
logo com menos proteção que a de cima.

Como o Jorge ficou na direção de um pequeno aqueduto ali existente, logo se abrigou lá dentro.
O Camarada que não tinha a arma completa depois de alguns momentos de tiroteio,
resolveu solicitar a arma ao Jorge:

É pá, já que estás protegido, dá-me aí a tua G3
Obviamente o Jorge como se imagina, fez-lhe um manguito.

Mais tarde, quando confrontado pelos Camaradas com tal episódio,
o nosso amigo Tavares respondeu:
“Fui tentado por Satanás”
(n.d.r.)
Segundo esta história que Eu (o 2º da direita) desconhecia,
descubro agora que aqui o Tavares (o 1º da esquerda) segurava afinal,
uma arma de arremesso.
50 e tal anos depois, começo a entender o porquê de encontrar este "especialista na dança do fandango" diversas vezes com a G3 ao ombro, na posição Cajado-arma.

Esta nova história aconteceu numa das muitas operações que fizemos no Leste.

Então foi assim: Saímos dois grupos de combate para uma zona onde havia pouca água. Atravessámos uma área desértica que os guias diziam haver água todo o ano,
numa lagoa a meio do percurso.
Chegamos ao local e… “água nada”.

Foi uma grande desilusão para toda a gente,
já que a água dos cantis tinha acabado no dia anterior. Na esperança de um milagre,
ainda escavámos um buraco com cerca de um metro de profundidade mas de novo
 da Água, nem sinal.

Retomamos a marcha e é aqui que eu vejo a malta completamente desorganizada.
Ninguém esperava por ninguém. Havia pessoal desidratado que já não correspondia àquela cadência de marcha e então foram horas muito difíceis.
Entretanto chegamos a terreno mais favorável e chegou o fresco da noite.

Foi nesse anoitecer rápido “já que o crepúsculo em África é muito curto”,
que surgiu uma grande exclamação do nosso Camarada Augusto, dizendo:

Então estou Eu aqui cheio de sede, e está aí um cabrão a entornar água para o chão?
Ficamos perplexos e fomos ver o que se passava.

Era afinal um dos Guias que estava com uma grande diarreia,
o pobre do Augusto com a tanta sede que tinha, confundiu o som dos líquidos.

Quando na manhã seguinte nos levantamos, foi a única altura que me lembro de andar a colher algumas folhas das poucas árvores existentes naquela área, para as lamber, já que tinham alguma humidade provocada pelo
“orvalho da noite”.
Falta dizer que chegamos a meio da manhã a um pequeno riacho,
onde "para alegria de todos" finalmente matamos a sede.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

2020 - "Não perdes pela demora"

“Não perdes pela demora”

É o que terá pensado o nosso Camarada 1º Cabo Isidro Catarino Nunes, ao ter lido na penúltima postagem, o meu novo “convite” para a rapaziada colaborar no Blogue.

Conforme me disse há dias num telefonema, sentindo-se provocado, decidiu colaborar através do envio de algumas histórias.

“Esperamos que sejam as primeiras de muitas”
E  exemplo para que Outros o sigam.

Ainda que ligeiramente tarde mas superdentro do prazo, fomos surpreendidos com algumas fotos a partir da sua tablete, de histórias escritas em folhas de papel quadriculado. Permitiu que Eu as transcreve-se, já que estas mesmo ampliadas, eram de difícil leitura.

Começa assim:

Depois de alguns desafios directos e indirectos feitos pelo Camarada “Furriel” Pimenta para contar uma história através do Blogue da Companhia decidi finalmente contar umas passadas na nossa guerra.

Sem mais delongas aqui vão algumas.
(Em breve outras seguirão)

********
Estava Eu de serviço no Grafanil com a minha secção,
quando uma das missões era o içar da bandeira.

Juntamente com o Corneteiro e o respectivo oficial de dia "que era precisamente o nosso Alferes Costa", preparámo-nos para o efeito. Todos alinhados para a cerimónia, o oficial dá ordem ao Corneteiro para iniciar o toque respectivo. Depois de três tentativas frustradas, o pobre do Corneteiro não conseguindo fazer sair som da corneta, disse ao Alferes naquela prenúncia de Safára
(mê alféri, esqueci da nota).

O nosso comandante Tenenta Coronel Soares que estava a assistir à cerimónia, logo retorquiu.
Então esse anjinho não consegue tocar? Tirem-no daí e vão buscar outro.
E lá veio outro Corneteiro e a cerimónia consumou-se.

Caeiro, o Armstrong da história,
(o 2°da esquerda)
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Também se passou no Grafanil a história seguinte, com a minha Secção.

Estávamos de serviço de limpeza ao aquartelamento. Era trabalho até dizer chega.
Era despejar caixotes do lixo, era limpar latrinas, era apanhar papéis, era apanhar folhas, enfim…
Aquilo tinha que ficar num brinquinho.

A meio da manhã,, com o calor já insuportável, o pessoal andava todo em tronco nú.

Como a sede era muita o que é que Eu me havia de lembrar?
Ir ao BAR já que estava aberto, beber uma fresquinha muito rápido,
pois sabia que o nosso comandante não queria ninguém no BAR em tronco nú.

Estava Eu a saborear a dita, quando vi o Cantineiro a tentar fazer-me algum sinal mas era tarde demais.
O comandante Soares já tinha levantado o braço, e deu-me uma grande cachaçada por trás que até feri os lábios na garrafa. Virei-me de repente e ficamos frente a frente sem dizer uma palavra por breves instantes. Por fim pus-me em sentido, pedi-lhe desculpa, e o homem só me disse:
Passa pelo posto médico, que estás ferido.


************

Esta passou-se no Lucusse e vou contá-la já, para que o Comandante Soares esteja lá onde estiver, não se ficar a rir.

Então foi assim: Era uma tarde de folga, e estava Eu com alguns Camaradas a brincar em frente à nossa caserna subterrânea do 3º pelotão, a fazer um exercício tipo saltar à corda.
Só que este em vez da corda, era com um pau agarrado nas duas mãos "de braços abertos" e saltar para a frente e para trás (numa de vai-vem, tipo pêndulo). Eu era especialista na coisa. Fazia aquilo com uma grande facilidade vezes sem conta.

Quem é que havia de aparecer?...
O Comandante Soares.
Curioso cumprimentou-nos e ficou a observar o exercício com vontade de experimentar, para se armar em grande atleta com era seu timbre. Eu estava a ver que ele não se decidia e então disse-lhe: Meu Comandante, Eu também faço isto com a G3 em vez do pau, e fui buscá-la.
De imediato exemplifiquei, e foi aí que o homem se decidiu a mostrar os seus dotes físicos.
Lá começou a preparação e ficamos todos na expectativa.
Pousou o seu bengalim “objeto que nunca deixava no chão” e lá vai o primeiro salto.

O resultado foi o que estávamos todos à espera que acontecesse.
Um bruto entalão nas mãos contra o chão, ao pisar o respectivo pau com os pés.

Levantando-se muito rápido a limpar a mão aos calções, despediu-se com uma desculpa esfarrapada e lá seguiu o seu caminho. Escusado será dizer que assim que ele se afastou, houve uma risada geral que durou alguns minutos. Entretanto Eu perdi a oportunidade de lhe devolver aquela frase que um dia me disse no Grafanil;
“vá ao posto médico, que está ferido”