…e que pense não
fugir muito, aos temas aqui expostos.
Com boa vontade, as que seguem podem ser englobadas
nos temas: ... e Transmissões.
Posteriormente lembro-me da
Minha Estação de Rádio de FM que
construí de raiz, desde a confecção do circuito impresso* até à caixa onde ficou alojada. Um emissor cujo alcance passou de pouco mais de um palmo na montagem
inicial, para um varrimento da vários quilómetros de distância após calibragem
e afinação.
Num grande perímetro, e bem antes das rádios TSF de Lisboa, da ex-Rádio
Arremesso na Baixa da Banheira, da Rádio Seixal entre outras, já a minha
Rádio Pirata,
(Rádio-Actividade * Barreiro-Cidade)
com uma simples antena “Paço-em-Frente para passar
despercebida da vizinhança”, emitia para as redondezas.
O primeiro feedback foi-me dado pelo macanudo da Estação Viriato
"de madrugada logo após o arranque" que residia no bairro Madre de Deus em Lisboa
(que avaliou a minha portadora com um NOVE MAIS TRINTA, e a cores). Todo satisfeito, confirmei
nos dias seguintes, que chegava a Palmela, a Almada, a toda a encosta de Lisboa virada pró Tejo,
bem como Moita Montijo e não só.
A quem desconhece estes pequenos Emissores, ao
vê-los diriam que estou a mentir pela insignificância do aspecto. Sem PLL, cabia
na palma da mão, e podia ser regulado através de um trimmer a nosso bel-prazer, dentro e até fóra da Gama do FM os conhecidos 88 a 108 Mhz.
Para “fugir
à polícia” todas as noites me despedia, com um
Até amanhã, nesta ou noutra frequência.
É que a Escuta dos Serviços
Radioeléctricos, usavam, e penso que ainda usam, “à falta de bufos” a
triangulação para detectar e caçar os piratas. Não podíamos portanto, estar muito tempo
ligados, para não se dar tempo a que os defensores da moral e bons costumes, se
dispusessem no terreno.
Após a legalização
das rádios, perdi o entusiasmo e dediquei-me a outro projecto:
Construir um Emissor de Vídeo.
Um pouco mais complexo, fiz um Emissor de
VHF. E aí estava Eu uma vez mais, com emissões piratas. Com uma propagação de largas centenas de metros, abrangia várias pracetas da redondeza. No entanto, acabei por desistir pouco tempo depois.
Tudo porque descobri certo dia, que foi por um triz que não cometi uma tremenda asneira.
Estava sentado
no sofá da sala controlando a emissão, quando reparo que ia aparecer nos ecrãs
dos televisores, o meu nome que tinha gravado na cassete que reproduzia nesse momento, e tudo acabou.
A
minha camara que foi caríssima, que pifou duas vezes, e desisti de a mandar
arranjar
De imediato saltei do sofá para a varanda onde estava montado o Estúdio, e em desespero puxei pela fiarada, arrancando sem dó nem piedade todo o equipamento.
não Me podia denunciar, já que fazia parte dos curiosos que queriam descobrir… o Pirata. O Leitor/Gravador de vídeo “pifou no acto”, mas o Emissor ainda funciona e faz hoje faz parte do meu acervo museológico, no BAIXATOLA’s BAR.
Eis o dito cujo, com uma pequena e banal antena telescópica.
Se o tivesse ligado a uma antena vertical exterior, tipo a multidirecional Ringo, concerteza que o raio de propagação teria sido muito maior.
Já que falo em televisão e perante
as tecnologias actuais, quando hoje em dia ouço e vejo Eles ou Elas “militares que
foram voluntários brincar às guerras para ganhar uns cobres” chorando das
saudades, “que sentem ou vão sentir”, dos seus entes queridos, dá-me vontade de
rir.
Recordo de imediato os nossos
tempos de guerra, o Rebenta-Minas, o Meu Pelotão, as rações de combate, o silêncio das preces para que não fossemos atacados
"principalmente à noite" pois sabíamos que em plena mata, sem pistas e a largos quilómetros desviados da Base mesmo de helicóptero, não havia evacuações. Lembra-me ainda, os Bate-Estradas ou Aerogramas (que era o único meio de comunicacão com a família), a arca-frigorífica a petróleo, as nossas Madrinhas de Guerra, e Aqueles “não foi o meu caso pois vim de férias à metrópole” que só falaram, viram e
abraçaram os Seus pela primeira vez, após 2 anos e tal da partida.
Imagino estes de agora, armados em Mercenários, numa
noite de Natal e no quentinho do ar condicionado, ligados desde a partida às novas tecnologias, Skypes,
Facebooks ou derivados, e com as parabólicas apontadas para os satélites Hispasat,
Astra, Hotbird ou outros, comendo do bom e do melhor.
Estarão confortavelmente sentados
de joystic na mão, para quem sabe, sem pôr o cu a descoberto, comandar um Drone e programar um ataque logo após o seu clube terminar o jogo, ou ainda se a nostalgia atacar, ver na Televisão a leds à hora combinada, as traquinices diárias do cão e dos filhos. Calculo-o fazendo "zapping" e imaginando-se no Terreiro
do Paço ou Recinto da EXPO” vendo a final de uma copa qualquer, ou porque não: esperando
sua excelência do governo, que vai passar as festas com o pessoal tão carenciado de afecto
e diversão “tadinhos” para lhes dar alento, somando no seu curriculum, mais um
asterisco de servir "se" a pátria, para num 10 de Junho ser agraciado pela valentia
coragem a abnegação que demonstrou ao deslocar-se ao "teatro" das operações.
No entanto continuam a ignorar aqueles que “Obrigados”,
bateram com os costados em terras de África, com um "pré miserável" e sem um mínimo de condições, e que ficaram
com mazelas físicas e psicológicas eternas. Mas não desesperes Camarada, pois
um dia quem sabe, quando te restar poucos dias de vida, e com a maior desfaçatez, irão abrir um inquérito para descobrirem que afinal foste tu o culpado (tal como a
senhora que foi atropelada na passadeira), fora Ela a culpada por a ter
atravessado com ligeireza, sem dar prioridade ao automóvel.
Irritado,
apetece-me dizer: Por favor, Não me fecundem.
NOTA: Para que este texto faça melhor sentido, devias ter lido primeiro e seguidos, os Divagandos Anteriores.