sexta-feira, 7 de novembro de 2014

o "QUEBRA PONTES"



É com todo o prazer, que coloco no Nosso Blogue esta “narrativa”, que nos foi enviada pelo Jorge Baldaia.


Segundo Ele, é a primeira de três ou quatro, que tem para nos enviar. Já lhe disse que não acredito, pois aquela pessoa bem-disposta que conheci, terá de certeza muito mais histórias para nos contar.


Camarada, segue-lhe o exemplo.
envia também as tuas para:


Tenta puxar pela caximónia, recua mais de 40 anos no tempo, e, tal como fez o amigo Baldaia, voltarás à tropa, aos teus pujantes 20 anos de idade.



Sem necessitares de gastar algo na compra de sopa de letras sudócus ou afins, este será um bom exercício mental para evitares o alzheimer que te poderá andar a rondar. Com isso, lucraremos todos, pois não só exercitas a mente, como irás partilhar connosco, a tua vivência de guerra.
Irás avivar recordações e acima de tudo, “já que além dos filhos não escreveste o tal livro” todo o mundo incluindo os teus netos, ficarão a saber o quão guerrilheiro foste.



Espero que tenhas uma memória selectiva, recordando de preferência a parte boa, tentando esquecer a parte má. Lembra-te que:



Tristezas não pagam dívidas.


Caro Pimenta, o prometido é devido

Aqui narro, “talvez com algumas imprecisões”, um pequeno episódio que ocorreu no decurso do I.A.O. em Santa Margarida, com o soldado Francisco Manuel Oliveira Carvalho, elemento da 3ª Secção do 1º pelotão, do qual era comandante, o ex-furriel Francisco António Costa.


Num exercício nocturno  em que tivemos que atravessar um ribeiro (não sei se fizeste parte desse exercício ou não),  havia sobre o mesmo uma velha ponte da madeira, a qual tivemos que passar. Quando íamos mais ou menos a meio
o dito Carvalho*, que era muito amigo da brincadeira, lembrou-se de se pôr aos saltos, o que originou a que a mesma desabasse completamente, com a consequente queda na água, de todos os que estavam em cima.

Quem não gostou nada da brincadeira, foi o chefe máximo da companhia - o Capitão Conde e Silva, que de imediato,  perguntou - mais ou menos nestes termos: Quem foi o brincalhão que partiu a ponte?

Fui Eu meu capitão, respondeu de imediato, o Carvalho.

Ai sim? Para castigo, vai ter de atravessar o rio com o pessoal às costas, a começar por mim!
É para já - disse o Carvalho. Se bem o disse, melhor o fez.

Embora tivesse carregado só com alguns, porque nem todos tinham necessidade dado as águas do ribeiro não serem muito profundas ou nem todos terem aceite tal boleia, houve um que foi mesmo obrigado a aceitá-la. Foi o caso de outro Carvalho, o António Monteiro Carvalho, a que nós carinhosamente tratávamos por Carvalhinho, por se tratar de um indivíduo muito baixinho.


Ah! Já me esquecia de referir outro facto: Quando o pessoal caiu à água, quem o referido Carvalho (quebra pontes) socorreu em primeiro lugar, foi o Altino de Jesus Camilo “elemento da mesma secção”, a quem de imediato perguntou:  Então Tininho, estás cá hoje?

Espero que tenhas gostado desta narrativa, que é a primeira de três ou quatro, que provavelmente irei enviar.

(*) - Por causa deste episódio, alguém atribuiu ao Carvalho, a alcunha do "quebra pontes".

Um  braço para ti e para todos os ex-camaradas que pertenceram ao nosso Batalhão.

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