Caros leitores
Descobri hoje este comentário, que o nosso camarada Furriel
vagomestre Fernando Santos da 2505 redigiu, na postagem das Maratonas
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Folgo muito em saber, que mesmo distante, continuas atento a este blogue.
E Eu a
pensar que os bólides do Estoril eram só os com rodas…
Desconhecia esse teu lado.
Desconhecia esse teu lado.
Cá por mim
que me recorde, o meu melhor tempo, foi talvez no tempo da Escola Primária
quando fugi "em desespero" à frente do feitor de uma quinta pertencente a um médico.
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Eu conto:
***
Eu conto:
Certo dia a
minha Mãe, pediu-me para que no regresso da Escola fosse comprar três ou quatro
laranjas ao Doutor Rodrigues. Queria fazer nessa noite, um “petisco” que ainda
hoje gosto muito.
Arroz doce.
Arroz doce.
Para isso
deu-me algum dinheiro, que guardei com todo o cuidado.
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A meio da
aula “no recreio” contei aos meus colegas de Classe tal facto, e descobri nesse
momento que "habituados* às rabanadas, mexidos e aletria" a rapaziada desconhecia esta iguaria
“hoje tão comum”.
“hoje tão comum”.
Convenceram-me a gastar o dinheiro não nesta compra, mas na mercearia, em
amendoins. Foram unânimes de que eu chegaria a casa carregando as ditas sem
gastar um tostão.
Acabada a
aula, eis-nos organizados e prontos, qual seita do Zé do telhado.
Transpor o
portão da quinta não foi o mais difícil. Difícil foi, mantermo-nos em silêncio,
porque logo após a entrada “talvez devido ao ruído” apareceu desconfiado o Feitor da
quinta.
Inexperiente
nestas andanças “que me recorde” tremi de medo: Valeu-me a coragem do colega Agostinho
“brasileiro” que me incentivou. Mais calmo fiquei, quando “do meu esconderijo”
vi que o Feitor após um “varrimento visual", recolheu aos seus aposentos.
……..
Com as
camisolas a abarrotar de laranjas, estávamos agora de saída.
O primeiro de
nós a ultrapassar o portão com a carga devidamente acondicionada “talvez por se ter livrado da pressão”
inadvertidamente (qual Ipiranga) soltou um grito, iupy.
Escusado será dizer que "alertado" uns segundos depois, apareceu o Feitor.
Escusado será dizer que "alertado" uns segundos depois, apareceu o Feitor.
Todos em
debandada e perseguidos, desatamos a correr estrada abaixo até aos Correios, melhor
dizendo; às pilhas de postes dos CTT.
Eram postes
besuntados de creozote, e empilhados em cima de cubos de granito com
cerca de 80 cm de lado.
Eram “de gatas” um excelente esconderijo, com diversos pontos de fuga, se necessário.
Eram “de gatas” um excelente esconderijo, com diversos pontos de fuga, se necessário.
Mas: Passada
a tempestade, não veio a bonança.
Porque ao contabilizarmos
os resultados, descobriu-se que na fuga, o movimento ou o eliminar de vestígios,
resultou em: zero laranjas.
Tinha agora
vários problemas. Arranjar uma justificação para “sem dinheiro e sem laranjas” enfrentar a
minha Mãe, pedir a Deus para que tanto Ela como a Professora não soubessem da
odisseia, e não ter coragem para voltar à quinta "para defacto, comprar as ditas" com medo de ter sido reconhecido, etc, etc.
Mesmo não tendo
sido o 1º, penso que foi nesta fuga “aos 7- 8 anos” que bati o meu Recorde Pessoal.
Lamento que
não exista uma lista de classificação, tal como existe a do nosso Camarada Furriel Santos.
Quem diria, e esta heim ?!...
(*)- Para melhor compreensão: Um Transmontano, filho de Alentejanos,
na escola primária no Minho. Confuso?
na escola primária no Minho. Confuso?
Tal como Eu, quando soube.
Ainda vou querer saber um dia, se na meta existia a tradicional fita, ou a chegada foi assinalada com a bandeira de xadrez ?.
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