sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Os Bólides do Estoril


Caros leitores

Descobri hoje este comentário, que o nosso camarada Furriel vagomestre Fernando Santos da 2505 redigiu, na postagem das Maratonas













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Folgo muito em saber, que mesmo distante, continuas atento a este blogue.

E Eu a pensar que os bólides do Estoril eram só os com rodas…
Desconhecia esse teu lado.

Cá por mim que me recorde, o meu melhor tempo, foi talvez no tempo da Escola Primária quando fugi "em desespero" à frente do feitor de uma quinta pertencente a um médico.

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Eu conto:

Certo dia a minha Mãe, pediu-me para que no regresso da Escola fosse comprar três ou quatro laranjas ao Doutor Rodrigues. Queria fazer nessa noite, um “petisco” que ainda hoje gosto muito.
Arroz doce.

Para isso deu-me algum dinheiro, que guardei com todo o cuidado.


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A meio da aula “no recreio” contei aos meus colegas de Classe tal facto, e descobri nesse momento que "habituados* às rabanadas, mexidos e aletria" a rapaziada desconhecia esta iguaria
“hoje tão comum”.

 Convenceram-me a gastar o dinheiro não nesta compra, mas na mercearia, em amendoins. Foram unânimes de que eu chegaria a casa carregando as ditas sem gastar um tostão.

Acabada a aula, eis-nos organizados e prontos, qual seita do Zé do telhado.


Transpor o portão da quinta não foi o mais difícil. Difícil foi, mantermo-nos em silêncio, porque logo após a entrada “talvez devido ao ruído” apareceu desconfiado o Feitor da quinta.
Inexperiente nestas andanças “que me recorde” tremi de medo: Valeu-me a coragem do colega Agostinho “brasileiro” que me incentivou. Mais calmo fiquei, quando “do meu esconderijo” vi que o Feitor após um “varrimento visual", recolheu aos seus aposentos.
……..
Com as camisolas a abarrotar de laranjas, estávamos agora de saída.

O primeiro de nós a ultrapassar o portão com a carga devidamente acondicionada “talvez por se ter livrado da pressão” inadvertidamente (qual Ipiranga) soltou um grito, iupy.

Escusado será dizer que "alertado" uns segundos depois, apareceu o Feitor.


Todos em debandada e perseguidos, desatamos a correr estrada abaixo até aos Correios, melhor dizendo; às pilhas de postes dos CTT.

Eram postes besuntados de creozote, e empilhados em cima de cubos de granito com cerca de 80 cm de lado.
Eram “de gatas” um excelente esconderijo, com diversos pontos de fuga, se necessário.

Mas: Passada a tempestade, não veio a bonança.
Porque ao contabilizarmos os resultados, descobriu-se que na fuga, o movimento ou o eliminar de vestígios, resultou em: zero laranjas.

Tinha agora vários problemas. Arranjar uma justificação para “sem dinheiro e sem laranjas” enfrentar a minha Mãe, pedir a Deus para que tanto Ela como a Professora não soubessem da odisseia, e não ter coragem para voltar à quinta "para defacto, comprar as ditas" com medo de ter sido reconhecido, etc, etc.

Mesmo não tendo sido o 1º, penso que foi nesta fuga “aos 7- 8 anos” que bati o meu Recorde Pessoal.

Lamento que não exista uma lista de classificação, tal como existe a do nosso Camarada Furriel Santos.





















Quem diria, e esta heim ?!...


(*)- Para melhor compreensão: Um Transmontano, filho de Alentejanos,
na escola primária no Minho. Confuso?
Tal como Eu, quando soube.

1 comentário:

  1. Ainda vou querer saber um dia, se na meta existia a tradicional fita, ou a chegada foi assinalada com a bandeira de xadrez ?.

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