(já que não tenho facebook, e para me defender…)
EMPRENHAR PELOS OUVIDOS!-
Quando conheci esta expressão na
sua plenitude, trabalhava como Desenhador de Máquinas na Siderurgia Nacional; Já
lá vão uns anos.
Tudo por culpa de dois cretinos (o
que inventou e o que acreditou).
Eu
conto:
- Na rede de Gás de Coque da
Siderurgia Nacional que interligava a Coqueria com o Alto-forno, existia “entre
outras” uma válvula DN600 com quase 30 anos de funcionamento. Embora o corpo da
mesma ainda estivesse capaz, as peças no seu interior fartas de serem “beneficiadas”,
estavam na última. De novo nas Oficinas Gerais para mais uma revisão, era a altura
ideal para a substituir já que o desgaste chegou ao limite.
Contactado o fabricante inglês, respondeu
que há muito a deixara de fabricar e não tinha peças de reserva. Se necessário
e com tempo, conseguiriam fornecer uma igual.
***
Dada a urgência, autorizados e em reunião, decidiu-se para não gastarmos
uma “pipa de massa”, que seriamos nós a fabricar o “miolo” da dita. Para tal era
necessário os desenhos.
Rapidamente se descobriu no arquivo a existência de “quase” todos. Quase, porque faltava um dos principais.
(Era uma das tácticas dos fabricantes)
Rapidamente se descobriu no arquivo a existência de “quase” todos. Quase, porque faltava um dos principais.
(Era uma das tácticas dos fabricantes)
Não há problema; O Marques Pimenta é Desenhador.
Combinado com as chefias marcou-se o
dia e a hora, e fui ás Oficinas Gerais ter com o Serralheiro que esventrava a dita. Verifiquei que
“a procissão ainda ia no adro” e resolvi dar um giro.
Mais tarde ao voltar, descobri que a
coisa não evoluía e vi o problema.
O “sarralheiro” de marreta em punho,
insistia erradamente de um lado, tentando desmontar um veio que (segundo o
desenho de conjunto) era cónico e informei o camarada disso. Mas barimbando-se
no que lhe disse, estupidamente continuou a "marretar" do lado contrário.
Para não ferver, dei novo giro.
As
horas foram passando, e… “voilà”. A peça
estava desmontada e o artista ausente.
Rapidamente fiz uns croquis, tirei as
medidas e regressei à base.
Quando cheguei ao gabinete o meu chefe
perguntou: O que aconteceu lá nas oficinas? Nada, porquê?
É que o “ingenheiro” telefonou-me, dizendo
que você andou a ensinar um funcionário a trabalhar.
E fiquei incrédulo, pois tinha-o em boa conta.
A partir daí fiquei-lhe cá com um pó... Sem me ouvir,
“EMPRENHOU PELOS OUVIDOS”.
“EMPRENHOU PELOS OUVIDOS”.
O Chefe ao ouvir a “minha versão”, ensinou-me:
Quando é assim, a gente deixa-os marrar.
Quando é assim, a gente deixa-os marrar.
Esta, uma história antiga que infelizmente
hoje se repete.
Quando menos se espera, há sempre um cretino que delira por inventar mentiras.
Quando menos se espera, há sempre um cretino que delira por inventar mentiras.
Referindo-se
a mim, escreveu que no Luso:
Abusei da hospitalidade e que acabaram por me expulsar.
Acabo assim por descobrir um novo
significado. Quando aparecer nas palavras cruzadas “aldrabão/mentiroso”
com 4 letras, já sei o que escrever (MOTA). Descobri também “porque li”, que existe quem “sem saber de nada”
acredita piamente (até reforça) no 1º, deixando-se “emprenhar pelos ouvidos”, e não deviam.
Perante isto, preocupa-me pensar que
este cretino inventor, na sua vida profissional, tenha tido esta veia poética ativa
(melhor dizendo: de MENTIROSO)
para com os colegas. Segundo parece, um espécie de “olheiro”, pode ter tramado
a vida na maior safadeza a qualquer incauto colega do lado. Só Deus sabe, ou
talvez não. Dos zum-zuns, não se livra.
Continua?
Talvez! …
Tranquilo,
verifico que “descontando estes” todo o mundo gosta de mim.
A minha
vida profissional e tudo onde interferi; Me enche de orgulho e perduram no
tempo. Pois nem a “talhe de foice”.
Vejam-se dois exemplos de agora “desse tempo”.
Quando há poucos dias enviei estas
fotos que encontrei no fundo do baú, ao meu Amigo Palma Lopes que também era Desenhador.
Respondeu:
Adorei ver estas imagens. Acho que
sou eu que estou aí contigo não é?
Tu, a tua bata, e a tua prancha de
croquis. És inconfundível. Lembro-me perfeitamente da tua imagem. E lembro bem
da obra.
(MONTAGEM DE UM RESERVATÓRIO de Nitrogénio Líquido "ou AZOTO")
Não é todos os dias que temos
oportunidade de ver estas coisas. Até os minis… bons tempos. Abraço.
Execução do Maciço
de fixação (início)
(Quase
concluído)
Descarga no cais, do Reservatório fabricado na Inglaterra.
(Eu agarrado à Zebra, a meu lado o meu ”Director” e ao longe
em frente, os Fuzileiros do Vale do Zebro)
RESERVATÓRIO (descentrado propositadamente, para passar ao lado do Alto-Forno)
Montagem
Ao lado, o Vaporizador do azoto líquido (a 196 º negativos).
À frente, o 1º pilar da nova linha de fornecimento)
(Em pleno funcionamento)
Enviei mais esta foto: (Maciço oscilante da Rectificadora dos cilindros de compressão)
dos Trens de laminagem da chapa-a-frio.
dos Trens de laminagem da chapa-a-frio.
Sabes que não estava
mesmo a ver que obra era. Tu és o 1º da esquerda.
Agora sei e lembro
perfeitamente... A rectificadora ainda lá está junto à porta do escritório do antigo
armazém. Foi obra do Zé Raúl*, cada um tinha as suas.
No entanto, como era habitual, até pela curiosidade desta, passei por lá também.
No entanto, como era habitual, até pela curiosidade desta, passei por lá também.
Bons tempos
Abraço
Notas: (*) O meu
malogrado Amigo José Raúl. Um nortenho da zona de Viana do Castelo, era Filho do
Mestre Sousa “Homem de confiança do patrão Champalimaud”. O Zé era um dos raros Portistas
existentes na Siderurgia. Acompanhei-o algumas vezes ao campo dos índios, para
ver o Nosso Porto.
Nota. Um Maciço de várias
toneladas oscilante ou “flutuante”, construído à cota zero dentro de um enorme Tanque.
Desencostado, é suportado por várias dezenas de molas helicoidais, afim da
Rectificadora de mós não “sentir” as vibrações existente na nave (a maioria oriundas
dos 3 trens de laminagem da chapa a frio) onde foi implantado. Nessa máquina
(Rectificadora Churchill, comprada na Inglaterra em 2ª mão), o grau de
acabamento da superfície dos cilindros rectificados, é de três
triângulos. (Para melhor compreensão dos leigos na matéria, poderemos dizer
“Espelhados”)
Acho que devias dar nome aos bois.
ResponderEliminarSugeres que o tal de 4 letras era olheiro, mas devias mudar para BUFO. Acredita em mim, Eu sei do que falo,
Desculpe o Anónimo, pois não tinha reparado que o seu comentário já aguardava há mais de uma semana.
EliminarUm reparo: Não vejo moral, para sugerir que se meta o nome às coisas, quando se identifica como Anónimo. Agradeço que na próxima se identifique ok? Conhecemo-nos?