LISBOA… Anus 20 ou quasi…
Acabado de atravessar o Tejo vindo do Barrêro, um
compadri, passeava divagarinho de bonéi na cabeça, cajado na mão e samarra plas costas,
pelas ruas de lisboa.
Para tudo cólhava, mais ispécado ficava.
Para tudo cólhava, mais ispécado ficava.
Bêm dziam os mês amigos: isto aqui na capital
é ôtru mundo…
Entretanto
viu algo, e mais admirado ficou.
Viu que um senhor desconhecido, que estava dentro de uma montra, lhe estava oferecendo gravatas. Na queria acreditar. Estes lisboetas, são cá uns maganos.
Viu que um senhor desconhecido, que estava dentro de uma montra, lhe estava oferecendo gravatas. Na queria acreditar. Estes lisboetas, são cá uns maganos.
Dado
a insistência e tanta simpatia, dirigiu-se ao senhor, retirou uma só,
agradeceu e saiu.
Quase de imediato ouviu alguém gritando:
Agarra qué ladrão, agarra qué ladrão.
Quase de imediato ouviu alguém gritando:
Agarra qué ladrão, agarra qué ladrão.
Uma
pessoa surgiu a seu lado e agarrou-o pelo braço. Sem entender o que se passava, deixou-se
arrastar para dentro do estabelecimento.
Oiça lá, ó Companhêro…Com que então, no gamanço?!!.
Oiça lá, ó Companhêro…Com que então, no gamanço?!!.
Desculpe
mê snhor, mas nã entendo!.
Ai
não entende? Mas eu explico. O senhor entrou há momentos aqui dentro do
estabelecimento e roubou Essa gravata.
Tal tá a moenga heim? Na
robê na senhôr. Aquele senhor além, é que mófreceu.
Qual senhor qual carapuça. Aquilo é um manequim.
Qual senhor qual carapuça. Aquilo é um manequim.
Manequêi
? qué qué isso? Aquilo é um boneco eléctrico “ I lé tri cu entendeu?”
que está ali há mais de um mês. E não está a oferecer nada. O gesto que está a fazer é sempre igual, move-se assim porque tem lá dentro um motor eléctrico.
que está ali há mais de um mês. E não está a oferecer nada. O gesto que está a fazer é sempre igual, move-se assim porque tem lá dentro um motor eléctrico.
Desculpe
compadri nâ sabia. Tem graça, pelo gesto parece mesmo que o magano está
oferecendo gravatas. Confesso que nã conhecia isto. Lá na minha aldeia, nem electricidade
temos,
é tudo à luz da vela e do pitromáxi.
é tudo à luz da vela e do pitromáxi.
*
Pôrra,
cainda bem que vim sozinho a Lisboa.
Nâ contarê a ninguém a vergonha que maconteceu.
(mas..)
Nâ contarê a ninguém a vergonha que maconteceu.
(mas..)
***---***
….Eis que ao virar da esquina,
viu um polícia sinaleiro no alto da pianha, a fazer gestos repetidos e pensou:
Olha,
quem diria: Ali está mais um daqueles bonecos eléctricos.
Para
se certificar, aproximou-se e mandou uma cachaporrada com o cajado nos tornozelos do
polícia. Num acto reflexo, “apanhou sem saber como”, um pontapé nos queixos que
até o boné voou.
Debruçou-se
para o apanhar, e vinha pensando:
Pôrra, já vi que nasepode brincar com essa tal diletricidadi...
é Prigoso.
é Prigoso.
a mesma opinião, não tem este inconsciente
Peço desculpa aos leitores, mas... Lembrei-me de contar esta, para reforçar a História anterior...
Calma pessoal... Eu também sou filho de Alentejanos, e com todo o prazer.
ResponderEliminarÉ preciso ter Fair-play.