sábado, 26 de julho de 2014

Continuando Divagar...

LISBOA… Anus 20 ou quasi…

Acabado de atravessar o Tejo vindo do Barrêro, um compadri, passeava divagarinho de bonéi na cabeça, cajado na mão e samarra plas costas, pelas ruas de lisboa.
Para tudo cólhava, mais ispécado ficava.

Bêm dziam os mês amigos: isto aqui na capital é ôtru mundo

Entretanto viu algo, e mais admirado ficou.
Viu que um senhor desconhecido, que estava dentro de uma montra, lhe estava oferecendo gravatas. Na queria acreditar. Estes lisboetas, são cá  uns maganos.

Dado a insistência e tanta simpatia, dirigiu-se ao senhor, retirou uma só, agradeceu e saiu.
Quase de imediato ouviu alguém gritando:
Agarra qué ladrão, agarra qué ladrão.

Uma pessoa surgiu a seu lado e agarrou-o pelo braço. Sem entender o que se passava, deixou-se arrastar para dentro do estabelecimento.
Oiça lá, ó Companhêro…Com que então, no gamanço?!!.

Desculpe mê snhor, mas nã entendo!.
Ai não entende? Mas eu explico. O senhor entrou há momentos aqui dentro do estabelecimento e roubou Essa gravata.

Tal tá a moenga heim? Na robê na senhôr. Aquele senhor além, é que mófreceu.
 Qual senhor qual carapuça. Aquilo é um manequim.

Manequêi ? qué qué isso? Aquilo é um boneco eléctrico “ I lé tri cu  entendeu?”
que está ali há mais de um mês. E não está a oferecer nada. O gesto que está a fazer é sempre igual, move-se assim porque tem lá dentro um motor eléctrico.

Desculpe compadri nâ sabia. Tem graça, pelo gesto parece mesmo que o magano está oferecendo  gravatas. Confesso que nã conhecia isto. Lá na minha aldeia, nem electricidade temos,
é tudo à luz da vela e do pitromáxi.
*
Pôrra, cainda bem que vim sozinho a Lisboa.
Nâ contarê a ninguém a vergonha que maconteceu.
(mas..)
***---***
….Eis que ao virar da esquina, viu um polícia sinaleiro no alto da pianha, a fazer gestos repetidos e pensou:
Olha, quem diria: Ali está mais um daqueles bonecos eléctricos.

Para se certificar, aproximou-se e mandou uma cachaporrada com o cajado nos tornozelos do polícia. Num acto reflexo, “apanhou sem saber como”, um pontapé nos queixos que até o boné voou.
Debruçou-se para o apanhar, e vinha pensando: 
 Pôrra, já vi que nasepode brincar com essa tal diletricidadi...
 é Prigoso.

 a mesma opinião, não tem este inconsciente

Peço desculpa aos leitores, mas... Lembrei-me de contar esta, para reforçar a História anterior...

1 comentário:

  1. Calma pessoal... Eu também sou filho de Alentejanos, e com todo o prazer.
    É preciso ter Fair-play.

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