Em Luanda, era meu costume “sempre
que não conseguia dormir por causa do calor”, após dar voltas e mais voltas na cama,
levantar-me, e agarrar na máquina fotográfica para ir tirar fotografias nocturnas.
“Para refrigerar”, quase sempre
entrava num pequeno BAR que existia perto da pensão para comer uns pipis ou
moelinhas. Era um petisco onde na maior parte das vezes, estrategicamente, abusavam
do picante. Como na física, “nomes iguais repelem-se” ou seja, Pimenta e gindungo
não combinam, põem-me a suar.
Altas horas depois, “já com o BAR fechado” regressava a casa cansado, e chegava à conclusão quase sempre, que uma vez mais tinha ido passear a máquina.
Altas horas depois, “já com o BAR fechado” regressava a casa cansado, e chegava à conclusão quase sempre, que uma vez mais tinha ido passear a máquina.
Muitas das vezes à tardinha, quando
saía a caminho da baixa de Luanda,
reparava ao passar numa certa rua, em algo “estranho”.
Com a porta entreaberta, via quase sempre, no interior de uma casa, uns velhotes “sentadinhos num sofá” a olhar para qualquer coisa que me intrigava. Permaneciam muito atentos e já não era a primeira vez que reparava nisso.
reparava ao passar numa certa rua, em algo “estranho”.
Com a porta entreaberta, via quase sempre, no interior de uma casa, uns velhotes “sentadinhos num sofá” a olhar para qualquer coisa que me intrigava. Permaneciam muito atentos e já não era a primeira vez que reparava nisso.
A notícia da semana, era o feito
histórico da conquista da Lua, pelos americanos.
A Apolo XI pousou na lua.
A Apolo XI pousou na lua.
(Como eu gostaria de estar sentado em
minha casa assistindo a essas imagens, “deviam ser inesquecíveis”).
Com certeza que aqueles velhotes estariam
a ver televisão da Africa do Sul ou de outro país da periferia, e deviam estar
a par de toda a odisseia. Já tinha reparado até “mas em vão” se no telhado, tinham
alguma antena direccional ou parecido.
Não resisti, e falei com um dos velhotes
que se riu. Convidou-me a entrar e mostrou-me para onde olhavam. Nada mais,
nada menos, que um lindo e enorme aquário que me deixou maravilhado.
(mais tarde na vida civil, tive três
aquários “comunitários”, onde “ganhei” algum tempo, a observar os animaizinhos)
talvez não creias que:
São neste preciso momento 02h:10m da matina do dia 25/06/2014, e escrevo a partir do BAIXATOLA's BAR "local onde me encontro neste momento". Ao reler esta história, lembrei-me que arquivada no Museu deste "estabelecimento", tenho também a revista NOTÍCIA que comprei em Luanda, no dia 9 de Agosto de 1969. Baptizada de EDIÇÃO HISTÓRICA, saiu nessa data, a poucos dias do feito, com o patrocínio da CUCA entre outros, como podes confirmar:
Apollo 11 foi a quinta missão tripulada do Programa Apollo e a primeira a realizar uma alunagem, no dia 20 de julho de 1969. Tripulada pelos astronautas Neil Armstrong, Edwin 'Buzz' Aldrin e Michael Collins, a missão cumpriu a meta proposta pelo Presidente John F. Kennedy.
Quando fui transferido de avião, do
Luso para Luanda, (como já contei aqui) fiquei "adido e mal pago" ao D.G.A.A. (Deposito Geral de Adidos de
Angola) só no que respeita às obrigações militares.
Quanto à dormida, fui
procurar uma pensão.
Era quase noite, e dado a hora tardia, a que encontrei mais
perto, tinha os quartos todos ocupados, mas garantiram-me que no dia seguinte
teriam um vago. Combinamos então, e ocupei provisoriamente um anexo. Só que não
sabia, é que se tratava de um cubículo minúsculo sem janelas, com um pequeno postigo
na porta e um tubo numa espécie de chaminé, no tecto. O calor era tórrido, e mesmo
nú, não conseguia dormir. Arrependi-me do negócio, e para acalmar, liguei o meu
pequeno rádio de bolso, sintonizando a Rádio Angola.
A certa altura, interromperam o merengue
que ouvia, e começaram a apelar aos ouvintes, para que viessem todos para a rua,
festejar. Gritavam, Riquita
Riquita. A Riquita GANHOUUUU, repetindo isso vezes
sem conta.
Embora cansado da viagem, (por
ter viajado deitado e entalado, entre os bancos e o tejadilho de um Dakota dos
páraquedistas, “como também já referi na história http://ccac2504.blogspot.pt/2013/02/normal-0-21-false-false-false-pt-x-none_18.html ), vesti a roupa, e resolvi inteirar-me da
situação.
Pelos vistos,
tinha acabado “aqui na Metrópole” de ser eleita a MISS Portugal. E foi a Rainha
de Moçâmedes, de Angola e agora de Portugal, que ganhou. Quase de
imediato, achei que todo o mundo sintonizava a mesma estação, pois não
demorou muito até ouvir um reboliço infernal, batidas de tachos e panelas,
carros buzinando, alegria a rodos, etc. Comparado com aquilo, só os festejos do
recente campeonato dos “lampiões”.
Acabei por me incorporar na
manifestação e ao dobrar uma esquina, reconheci uma pessoa NINENSE minha
conhecida, que me surpreendeu pela negativa.
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