Encontrei no
meu arquivo da "Guerra da 2504", um recibo cuja história não recordo. Por se tratar de almoços,
enviei uma cópia a um vagomestre, o Fernando Santos da 2505.
Armado em Sherlock Holmes e mesmo sem lupa, não tardou a deslindar o mistério à sua maneira.
Armado em Sherlock Holmes e mesmo sem lupa, não tardou a deslindar o mistério à sua maneira.
Será Verdade? Será Mentira? Sinceramente não faço a mínima ideia.
Mas aqui vai a descrição sem tirar nem pôr.
Mas aqui vai a descrição sem tirar nem pôr.
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O Furriel que andou “desenfiado”...
Um camarada
Furriel, tinha passado férias, no “puto”, depois de um ano complicado na guerra
de Angola, dividido entre a intervenção na rede de Luanda e o Dange. As férias
tinham sido ótimas, onde confraternizou com familiares, amigos e a namorada que
tinha deixado na terra, situada em NINE, nesta bonita zona do nosso país (ver mapa
da região), mas passaram rápidas.
De regresso a Angola, a sua companhia encontrava-se no mato,
e o Furriel não lhe apetecia regressar aquelas paragens, já que o fim daquela
missão, estava preste a terminar, e o seu regresso a Luanda estava para breve. Então
começou por a fazer conjeturas, “se me apresento no Batalhão, mandam-me para
junto da minha companhia, ou em alternativa, fico no batalhão, e tenho de pagar
essa estadia com inúmeros serviços”.
Pensou
então: “e se não me apresentar? Tenho uns amigos em Luanda, com um apartamento
que posso dividir com eles e assim livro-me de ir para o mato e dos serviços no
batalhão”, e se bem pensou melhor o fez, mas existia uma dificuldade, não tinha
dinheiro para a alimentação, rapidamente resolveu o problema, conhecia o
Furriel gerente da messe de oficiais e sargentos do batalhão, seria fácil
convencê-lo a facilitar essa pretensão, e tomar as refeições na messe, falou com
o camarada, e ficou tudo acertado.
Dormia até meio da manhã,
levantava-se e apanhava o machimbombo militar na Mutamba e dirigia-se à sede do
batalhão no Grafanil, onde conforme o combinado, saboreava as magníficas
refeições, que eram ali servidas, ao fim da tarde voltava a tomar o mesmo
transporte de regresso a Luanda para as noitadas com os amigos, e assim
passaram 20 dias, antes do regresso da companhia, decorrido esse tempo,
apresentou-se para retomar a sua atividade normal.
-
Mas,
acontece que o camarada Furriel, gerente da messe, o procura e diz-lhe:
“ Oh
camarada ainda não pagaste as refeições que tomaste na messe”.
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O
camarada Furriel perguntou:
-
“Então,
mas tenho de pagar?”.
-
O
camarada Furriel, gerente da messe, respondeu:
-
“Claro,
camarada, andaste “desenfiado” e ainda querias comer à borla?”