Caldas da Rainha no Regimento de Infantaria ( R.I.5 )
Aqui assentei praça.
Pouco mais fizemos neste quartel, além de marchar, marchar, e marchar.
O 1º de Maio estava próximo e tínhamos de desfilar nesse dia.
Pouco mais fizemos neste quartel, além de marchar, marchar, e marchar.
O 1º de Maio estava próximo e tínhamos de desfilar nesse dia.
Até existir o desejado sincronismo de movimentos, usamos e abusamos
da Ordem Unida.
Quando tudo parecia bem, lá tínhamos de repetir a dose porque à frente, aos lados ou ao fundo, havia sempre um esperto ou um parvo “desatento” que se salientava do grupo.
Quando tudo parecia bem, lá tínhamos de repetir a dose porque à frente, aos lados ou ao fundo, havia sempre um esperto ou um parvo “desatento” que se salientava do grupo.
Na madrugada do dia 1 de Maio fomos em coluna
militar, para as Caldas para Coimbra.
No quartel, precisei de ir ao wc.
Reparei que as instalações estavam imundas,
com o chão inundado e logo surgiu um pequeno problema: Onde posso pousar a G3?
Não havia cabide na retrete, mas reparei na bolinha de
ferro do fecho da porta. Tinha de me desenrascar. Foi aí mesmo que pendurei a
minha arma. Nesse instante ouvi um “plim” que me deixou apreensivo.
Após o fax enviado, descobri a causa do "plim".
Tinha pois, acabado de delapidar um património da guerra:
por ser de aço,
parti o ponto de mira da minha G3.
Já na Caldas e para me desenrascar, telefonei ao meu irmão mais velho.
Por indicação dele, que na altura também estava na tropa em Sacavém, fui (pela 1ª vez) visitar a
feira da ladra em Lisboa.
Verifiquei aí que, além de fardamentos da tropa que sobressaiam, podia comprar quase todo o tipo de armamento.
Verifiquei aí que, além de fardamentos da tropa que sobressaiam, podia comprar quase todo o tipo de armamento.
Pareceu-me que se quisesse, podia trazer um tanque de guerra “às peças”.
Em resumo: Desenrasquei-me
e tive sorte porque não foi essa a arma que me acompanhou durante a guerra. Com
aquela, nunca mais consegui acertar na “mouche”.
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